sábado, 9 de junho de 2007

BUDAPESTE: ROMANCE METALINGÜÍSTICO





1.



O romance Budapeste de Chico Buarque de Hollanda, publicado em 2003, expõe a história de amor de um escritor, o narrador José Costa, pela palavra e por Kriska [personagem húngara]. Trata-se de uma história de amor cheia de idas e vindas morais, mnemônicas, éticas e estéticas, cuja realização amorosa se dá através da palavra, na palavra, num romance moderno, circular e metalingüístico, magistralmente tecido em literaturas.




O romance é dividido em sete partes, a saber:






  1. "Devia ser proibido";
  2. "No caso das crianças";
  3. "Eu nunca tinha visto";
  4. "Havia nevascas";
  5. "Grande senhor";
  6. "Ao som de um mar";
  7. "Escrito aquele livro".




Em verdade, não há grandes implicações semânticas nos títulos desses capítulos, uma vez que cada conjunto de frases são partes integrantes do parágrafo que abre respectivamente cada capítulo. A narrativa flui tão linearmente que quase somos levados a acreditar que ter ou não ter divisões em nada implicaria à obra. Mas, ainda que sutil, as sequências são relevantes à estrutura do romance e implicam uma leitura mais apurada na tentativa de entender cada uma delas e as relações com o todo: o romance.

Antes de entrarmos no mérito de cada sequência narrativa, importa-nos atentar para o fato de que há pelo menos duas Budapestes na tessitura: uma na enunciação e outra no enunciado. O que torna complexa a leitura interpretativa do título do romance: Budapeste.

2.

O primeiro capítulo do romance não é na verdade o começo da história... ( Esse ensaio está sendo escrito ainda... em breve estará na íntegra aqui.)

Um comentário:

Blogildo disse...

Eu até gosto de algumas canções do Chico. Tenho uma certa má vontade para com Budapeste. Não é aquele romance que começa com "Fui dar em Budapeste"?